Paraplégico desde 1998, quando sofreu um acidente de carro na estrada que liga o litoral norte paulista à cidade de São Paulo, Robson, atualmente, aparece na linha de frente da militância da causa dos portadores de deficiência. “O Projeto Itinerante tem como objetivo levar o conhecimento do esporte ‘surf terapia’ para as pessoas interessadas”, explica o idealizador.
“Não é exclusivo para os deficientes, serve também para os instrutores e educadores físicos, fisioterapeutas, amigos e familiares. O objetivo é usar essa ferramenta de reabilitação física e psicológica – o surf, com qualidade de vida e contato com a natureza. É um trabalho de equipe que requer carinho, dedicação e muito amor ao próximo”, ressalta Robson.
Na Feira, sua ONG – denominada de Surf Especial – pretende expandir sua área de atuação e vai apresentar planos e idéias de inclusão para pessoas com diferentes deficiências. “Vamos divulgar também a importância do turismo adaptado e acessível para todos. Mostrar que a pessoa com deficiência ou algum tipo de limitação – incluindo idosos e obesos – deve ter o direito de se divertir em contato com a natureza e em lugares corretamente adaptados, como o comércio e as redes hoteleiras”.
Atento aos problemas que os deficientes encontram ao saírem de suas casas, Careca chama atenção para detalhes que precisam ser resolvidos. “A grande maioria dos postos de gasolina, por exemplo, precisa de uma adaptação para receber esse tipo de público, que aparece no cenário econômico atual, com um grande potencial de consumo”.
Atualmente no Brasil, existem cerca de 25 milhões de deficientes e 9 milhões de idosos. É visível e está em andamento no país uma revolução no setor. Empresas das mais diferentes áreas de atuação têm em seus quadros de funcionários uma porcentagem compatível de deficientes em relação à população profissionalmente ativa. O que antigamente era exceção, hoje em dia, aparece como regra.
Dessa forma, o poder aquisitivo - e conseqüentemente de consumo - da população deficiente aumentou consideravelmente nos últimos anos. Fato incontestável e que ratifica as palavras de Robson Careca.
Em suas palestras, ele aborda tópicos que muitas vezes fogem do conhecimento dos empresários. “Em nossas viagens damos dicas de orientação de como os empreendimentos devem-se adaptar às leis, normas e medidas. Falamos sobre o posicionamento das barras de apoio, das rampas de acesso, de banheiros adaptados para a rede hoteleira, das mudanças necessárias nos postos de gasolina, etc”.
Careca faz questão de ressaltar. “Vamos abrir uma célula do projeto em Florianópolis, a fim de incluir todos os deficientes que queiram participar e usufruir do mar e da praia sem sentir vergonha de seu corpo ou de sua limitação. Vamos mostrar a todos que os limites encontram-se na cabeça dos acomodados e que ser deficiente é ter raça, orgulho, determinação e vontade de vencer na vida”.
Para obter mais informações sobre o trabalho do atleta basta acessar o site:
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