quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Tânio fala de boa fase em entrevista


Por Caroline Lucena em 17/02/10

Tânio Barreto é o atual campeão catarinense profissional.
Em 2009, o alagoano Tânio Barreto levou a melhor no circuito catarinense profissional, faturando um dos mais importantes títulos regionais do Brasil.
Residente no litoral catarinense desde a adolescência, Tânio vem trabalhando duro para colecionar troféus.
Campeão brasileiro em 2001, o atleta chegou a lutar pelo segundo título nacional em 2009, mas não foi feliz na etapa da Barra da Tijuca (RJ) e viu a taça ficar nas mãos do cearense Messias Félix.

Em entrevista concedida a Caroline Lucena, editora do jornal Drop, Tânio comenta suas expectativas para o ano de 2010 e promete lutar por mais um título catarinense e brasileiro.
Tânio, no topo do pódio, celebra mais uma importante conquista. Foto: Basílo Ruy / Fecasurf.

Quando você resolveu residir em Santa Catarina?

Eu vim competir num campeonato brasileiro amador, fui bem na etapa e recebi um convite para fazer parte de um grupo de atletas que tinham uma rotina de treinamentos. Faziam parte desse grupo os surfistas Marco Polo, Andreas Eduardo e Ricardo Ortiz. Fui ganhando espaço na equipe e resolvi ficar.

Essa atitude teve muita importância na sua carreira?

Sim, pois na época eu era quase ainda uma criança, e com isso tive tempo para aprender a ser um surfista disciplinado, humilde e com o tempo me tornar um profissional do surf.

Qual a sensação de ser coroado campeão catarinense profissional 2009?

Foi uma realização muito grande, uma felicidade que até hoje estou desfrutando e dividindo com meus amigos e minha família. Depois do título aproveitei para palestrar em comunidades carentes, nas quais podemos ver a outra realidade da vida, e com isso cada vez mais dá vontade de vencer e agradecer a Deus por ter saúde e uma vida iluminada.

Foi a primeira vez que você venceu o circuito catarinense. Qual a importância desse título para sua carreira?

Era um título que não tinha em meu curriculo, pois sempre estava focado em outras metas. Como nesse ano meu foco eram os campeonatos aqui no Brasil, para mim foi uma grande satisfação.
Como sou catarinense de coração, foi uma realização muito grande não só para mim, mas para meu filho que é nascido na Carmela Dutra, minha esposa, meu treinador Alisson Paz e todos os colaboradores da minha empresa de pranchas, a Lush Surfboards.

Você liderou o circuito de ponta a ponta, venceu etapas importantes como na Joaquina e Guarda do Embaú, mas qual foi a vitória mais emocionante?

Na praia da Vila. Foi um ano de muito trabalho, muito treino e muito foco. Cheguei no final da temporada disputando dois títulos: o SuperSurf e o Catarinense. Eu sentia dentro de mim que eu ia ganhar. Quando perdi minha bateria do SuperSurf eu falei para mim mesmo, "Tudo bem, meu Deus, se não é para ser aqui, vai ser na Vila". A vitória do ano foi na penúltima etapa, quando peguei a última onda e fiz a maior nota do evento, saindo da terceira posição para o primeiro lugar. Lembrei da minha bateria no WCT, na qual virei em cima do Neco nos segundos finais e acabei em terceiro lugar no geral.

Como estava o mar durante a última etapa na praia da Vila?

Incrível. Quando o swell apontou no meio da semana, eu sabia que ia ser um campeonato para ficar na história, principalmente uma decisão de título. Acredito que foi o melhor evento de onda que já competi em Santa Catarina. Quero parabenizar o presidente Fred Leite e sua equipe, que acreditaram nas ondas mágicas da praia da Vila.

Faça uma reflexão sobre o seu surf. Quais seriam seu pontos fracos e fortes como competidor?

Acredito que o meu ponto forte é a genética, pois a minha família é toda do esporte. Meu pai jogou na seleção brasileira de futsal, minha mãe disputou título brasileiro jogando vôlei pela sua faculdade, minha irmã Bianca Barreto tem seis títulos mundiais de jiu-jitsu, três titulos brasileiros profissionais de bodyboard e atualmente é a atual campeã alagoana de surf; a mais nova, Tânia Barreto, tem títulos pan-americano, sul-americano e brasileiro de jiu-jitsu, e a do meio, Juliana Andrade, foi duas vezes vice-campeã brasileira de bodyboard. Para encerrar, meus cunhados lutam vale-tudo, dão aulas para o grupo da polícia Bope e têm academias de jiu-jitsu.
Meu surf está em evolução devido a todo trabalho que venho fazendo com as pranchas Lush Surfboards e meus treinamentos com professor Alisson Paz. Acredito que ainda preciso melhorar minha leituras nas ondas de frontside.

Como você vê o cenário do surf catarinense e profissional para o ano de 2010?

O ano de 2010 será melhor que 2009, pois a federação catarinense está ganhando créditos no governo devido ao bom trabalho que o presidente e sua equipe vêm fazendo. Acredito que a Oakley terá interesse em renovar mais um ano como patrocinador principal e as associações estão cada vez mais tendo interesse em levar uma etapa para sua região.

Quais os planos para esse novo ano?

Ainda não sei, pois estou em negociações com meu patrocinador, mas com certeza estarei defendendo esse título catarinense com muita coragem e determinação, além de buscar meu segundo título brasileiro.

Aproveito para agradecer a todas as pessoas que acreditam no meu trabalho, ao meu patrocinador UOT, Fluel e pranchas Lush; meu treinador Alisson Paz e sua equipe; academia Power Fit e minha família, que me dá muita vibe.


Waves

Nenhum comentário: