O surfe é um dos esportes mais saudáveis, bonitos e de maior integração do homem com a Natureza. Por muito tempo, o surfista foi tachado de vagabundo, drogado, cara que só pensa em se divertir, pegar onda e não fazer mais nada. Já faz um bom tempo que os surfistas são profissionais, ganham cotas de patrocínio e o mundo do surfe virou moda, marca de roupa o surfwear, comportamento, referência ecológica, na música. São estudantes de medicina, de direito ou pessoas humildes que saíram da praia para ganhar o mundo pelo esporte. Seguem os drogados, os vagabundos e os maus exemplos como em outras áreas do esporte e da sociedade. Mas uma coisa é fato: surfista não é peixe para ser fisgado por redes de pesca e morrer em plena aventura.
Os surfistas, profissionais ou amadores, costumam viajar muito atrás das melhores praias e das melhores ondas e por isso já estão sujeitos aos acidentes de trânsito. É só fazer um levantamento de quantos deles morreram percorrendo a BR-101 entre RS e SC. Além disso, o surfista gaúcho corre um risco extra: ser fisgado por uma rede de pesca e acabar perdendo a vida quando deveria estar ganhando qualidade de vida. Já são 49 mortes no Rio Grande do Sul neste tipo de acidente. Os pescadores devem ser respeitados porque vivem da pesca, mas acima de tudo é preciso encontrar uma alternativa para que haja pesca, haja surfe e não haja mais um mar de lágrimas das famílias que perderam seus jovens parentes em redes de pesca.
O Rio Grande do Sul que tanto de se orgulha das suas façanhas não pode ser modelo único no planeta de mortes deste tipo. Cabe lembrar uma belo slogan de campanha que dizia: Destrua as ondas não as praias. E agora vale o alerta: Pesque peixes, não surfistas. A Federação gaúcha de Surf, familiares e surfistas e simpatizantes do esporte foram à Assembléia Legislativa e ao Ministério Público Estadual cobrar providências e protestar. Uma justa manifestação que aguarda soluções antes que chegue a vítima de número 50.
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