quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia Mundial da Terra

Em 22 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Terra, destinado a promover uma melhor interação dos seres humanos com o planeta. Criada em 1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, como um protesto nacional contra a poluição, a data hoje alcança adesões mundiais, com manifestações que buscam, cada vez mais, chegar a ações efetivas.

A consciência quanto aos danos provocados pelo estilo de vida baseado no consumo impulsivo e na expansão desenfreada da presença humana sobre a Terra já alcançou os mais variados públicos, desde celebridades que convidam seus fãs a mudar de hábitos a catadores de rua que hoje se autointitulam agentes ambientais, conscientes do papel que exercem.

O incentivo para as mudanças necessárias também permeia as mais variadas mídias, tendo deixado de ser exclusividade de nichos especializados. Veículos de largo alcance abordam regularmente a temática. A informação está disseminada.

Uma boa amostra disso é o jornal Metro, distribuído gratuitamente em quatro continentes, com um público estimado de 37 milhões de leitores. Para o Dia Mundial da Terra, o jornal coloriu suas páginas de verde e recheou a edição de orientações sobre sustentabilidade e eventos ligados à data.

Novelas também têm incluído em seu roteiro mensagens sobre preservação ambiental e consumo consciente, como as relativas à economia de água e de energia, e até a mais recente edição do popular reality show Big Brother Brasil desafiou os integrantes da casa a fazer o mesmo.

Pesquisas recentes mostram que os desafios socioambientais são conhecidos pela maioria. Falta sermos capazes agora de vencer velhos hábitos (no campo pessoal) e de adotar melhores formas de produção e geração de energia (no campo corporativo).

A transformação do setor produtivo enfrenta dificuldades por ainda ter de fazer frente à concorrência de produtos e serviços feitos em moldes antiquados, sem cuidados ambientais e sociais, e por não contar com a adesão de um número suficiente de consumidores que possam lhe dar sustentabilidade econômica a curto prazo.

Para que as mudanças em larga escala sejam possíveis, precisamos de políticas e de presença pública eficaz, incentivando as novas atividades e penalizando as que degradam e agravam a situação. Nesse campo, são imprescindíveis iniciativas como o Movimento Nossa São Paulo e a Transparência Brasil, que acompanham de perto a atuação do governo, tanto no campo legislativo quanto no executivo.

Esse acompanhamento, que é feito com o envolvimento da sociedade civil, dá suporte à tomada de decisões no setor público, apontando necessidades e perigos muitas vezes ignorados e contribuindo com tecnologias e soluções possíveis.

Reparando danos

Há, porém, muitas medidas simples que podem ser tomadas de imediato por todos. A funcionária pública Gisele Lopez, por exemplo, alerta que ainda vê prédios inteiros de repartições públicas deixarem as luzes ligadas fora do horário de expediente, torneiras semiabertas ou com vazamento, desperdício de água potável para lavar calçadas e a não-separação de materiais recicláveis do lixo comum. “Temos de mudar esses vícios e desperdícios. Se as empresas privadas podem, por que não nós?”, comenta.

“Neste Dia da Terra, eu irei de bicicleta para meu consultório e plantarei uma árvore. É cândido e singelo, mas eficaz”, conta Rafael Reiner, que também se engajou no lançamento da Coolmeia, uma organização que visa divulgar iniciativas capazes de gerar mudanças sociais e ambientais imediatas e organizar grupos para ações cooperativas.

Um caso que nos lembra que, além de parar com a degradação ambiental atual, é preciso reparar os danos causados, restaurando nascentes, matas e despoluindo o solo, o ar e as águas, tanto a doce quanto a dos oceanos. Isso abre um campo para novos empregos e empreendimentos, capazes de revitalizar uma economia que se esvai juntamente com os recursos naturais que exauriu.

Por Neuza Árbocz (Envolverde) / Edição de Benjamin S. Gonçalves

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