segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Seria Slater um alien?


E aí galera! Fiquei um final de semana na fissura.

Nada de surf neste final de semana, e pra variar a primeira coisa que vou escutar quando chegar à praia no próximo sábado será:
“você deveria ter estado aqui semana passada. Rolaram altas!”

Esse tipo de coisa tinha que ser banido de nosso vocabulário. É chato, mas tudo bem, faz parte.

Bom, mas deu pra descansar e aproveitar para colocar a leitura em dia. 

Particularmente adoro história; adoro ler sobre os povos antigos e aproveitei para ler um pouco sobre uma das civilizações mais antigas da humanidade: a civilização Suméria. Achei algo interessante a respeito sobre uma  descoberta arqueológica com registros em escrita cuneiforme – escrita desenvolvida pelos sumérios – de contatos entre o povo sumério e supostos “alienígenas”. Achei isso fantástico!

Alguns historiadores, cientistas e, principalmente, ufólogos, defendem a idéia de que após esses “contatos imediatos” aquela civilização desenvolveu uma fantástica evolução intelectual e científica. Não é curioso? Mais um enigma mal explicado de nossa história.

Bom, mas o que isso tem a ver com surf?

Antes de tudo quero deixar bem claro que não acredito em alienígenas, ou qualquer tipo de vida inteligente fora de nosso planeta, mas não descarto a possibilidade, já que o meu conhecimento a respeito do universo vai até onde a minha imaginação alcança, e num universo infinito...

Mas confesso já ter “viajado” na história de que após um contato com um ser de outro planeta o ser humano pôde desenvolver habilidades “extraterrenas”. Alguns “carinhas” vieram em minha mente: Einstein, Newton, Stephen Hawking e... Como não se lembrar de um “negão” que na quadra de basquete com a capacidade de pular da cabeça de um garrafão, “flutuar” no  e cravar uma bola na cesta? E de um brasileiro que foi referência para os engenheiros e seus equipamentos de telemetria ao determinar o ponto ideal de frenagem e de re aceleração em um carro de F1? E de um homem com uma extrema capacidade de controlar um objeto esférico e que transcendeu os limites do futebol? Eis Michael Jordan, Ayrton Senna e Pelé! Gênios! Agora inevitável foi não pensar no “Careca” Kelly Slater

Lembrei do Billabong Pro do ano passado em Teahupoo, vi algo até então inexplicável! Que desafia a lógica da lei da gravidade e que com certeza faria Isaac Newton reavaliar as suas colocações sobre o tema, e Einstein reinventar uma nova teoria da relatividade. 

O “Careca” rema numa onda – pra variar – buraco em Teahupoo e faz um drop insano! Literalmente despencando, de costas, todo espalhafatoso e com uma conclusão óbvia para todos que assistiam: “vaca”! O Careca de costas na parede e com a prancha já praticamente descolada dos pés some no tubo, desaparece literalmente! É engolido pela bolha e some no “spray”! Só que a onda continua em sua seção e do nada o “Careca” ressurge com a mão na borda e saindo ileso ao final, e ainda se dando ao trabalho de “debochar” da “vala” parecendo dizer: “você não é páreo pra mim”.  Cara, vamos transformar aquela onda numa “equação” para nós, surfistas resolvermos? E aí? Que problema hein brother? Mas simples para um gênio resolver! Ou um “ser de outro planeta”.

Vídeo da épica seção em Teahupoo.

Vendo Kelly surfar com uma linha perfeita, um posicionamento de leitura de onda fantástico, com uma projeção corporal proporcional ao tipo da onda surfada e com uma flexibilidade de deixar a “molecada” boquiaberta aos 39 anos é algo que foge a lógica! O “Careca” vem redefinindo os parâmetros e se tornando o parâmetro! Vem quebrando paradigmas e se tornando um paradigma! Eu confesso não conseguir defini-lo! Lendo a última coluna do Paulo Marreco no OndaOn – fantástica por sinal – fui obrigado a dizer que somos privilegiados de estarmos vivendo em sua “era”. Estamos fazendo parte dela! Slater nos desafia em todos os sentidos nos levando a suposições surreais que nos faz pensar em seres de “outro planeta!”


Na última etapa do WT, em Nova Iorque, Slater fez mais uma bateria inesquecível contra o aussie Taj Burrow, que vinha apresentando o melhor surf da competição e sendo apontado como o favorito. Lembro que estava assistindo ao vivo em minha hora de almoço, e faltando cerca de 5 minutos para o fim da batera o “Careca” precisava de no mínimo um 9 para virar! Juro que pensei: “dessa final Slater tá fora! Burrow tá quebrando tudo!” Mas numa direita que mal dava para uma manobra o Careca abriu decolagem num aéreo “extraterreno” para virar a bateria e ir à grande final, e mais uma vez nos fazendo voltar atrás em nossas idéias. 

 
 O “Careca” voando em Long Beach. Foto: © ASP / Rowland.


A final perdida contra o Owen Wright me pareceu “normal”, afinal de contas uma hora ele também tem que perder.  E Owen, que havia perdido a final da etapa anterior em Teahupoo, foi com tudo para dar o troco no Careca, mas o que não parece ser normal é esse cara aos 39 anos detonando mais uma geração de surfistas – a terceira desde a sua – e caminhando ao seu décimo primeiro título mundial de maneira tão sublime e surreal. Fecho esse texto com uma frase genial que explica o que esse “Gênio” vem fazendo não só no surf, mas no esporte:


“algo só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário” (Albert Einstein)


Enquanto não surgir outro “ET” no surf – acredito que não surgirá – estaremos vivendo nessa era, que, querendo ou não está nos mostrando muitas coisas que pensávamos ser o contrário!


“Aloha e go surforever!”


Autor: Eduardo "free surfer" Machado


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