O diretor do filme A Onda da Vida, o capixaba José Augusto Muleta, reuniu em um ônibus alguns dos principais surfistas cariocas para mais um trabalho de gravação do longa-metragem. Isso ocorreu no último dia 15.
A barca saiu do Rio de Janeiro com destino a Regência, litoral norte do Espírito Santo, e a história completa é contada com detalhes pelo surfista profissional Ian Cosenza. Confira abaixo:
"Em um busão que não cabia nem o coração do Muletão, quanto mais a galera de peso que ele convidou, as 20h da noite da ultima quarta feira (15) a equipe se reuniu na praia do Leme (RJ) e partiu rumo a Regência (ES), para mais uma gravação do longa metragem 'A Onda da Vida'.
A equipe era formada pelos surfistas Stanley Cieslik, Felipe Cesarano, Thiago Arraes, Gian Benini, Gustavo Cavalcante, Ian Vaz e Ian Cosenza. Nas câmeras estavam Pedro Tojal, Henrique Pinguim, Manoel Campos, Pedro Arraes e Carlinhos Sanfelici, além da produção, Ric Nogueira e Gabriel David, e os protagonistas do filme Omar Docena, Caio Vaz e Guilherme Tripa.
Pranchas pelo corredor, gente dormindo encima delas, banheiro perfumado, muitas gargalhadas, e depois de 12 horas de estrada a Maria fumaça (apelido carinhoso, do mini microônibus) chegou a Regis. Muito bem recebidos, nos instalamos na pousada do Serginho (Vila Sergio) onde ficaríamos até domingo.
Os dois primeiros dias foram de fortes ventos do quadrante sul e bastante chuva, o suficiente para deixar o nosso diretor em pânico, afinal, não é todo dia que se consegue reunir tantos nomes do surf em uma mesma viagem em território nacional. O Muleta era só preocupação, até que no terceiro dia, assim como marcava a previsão, o vento virou para terral e penteou as ondulações de sudoeste que quebravam no Point.
Parecia até piada. A areia da praia encobria a visão do pico até quase a beira dagua, enquanto um por um, íamos ficando impressionados com as ondas, a medida que chegávamos até o primeiro ponto onde fosse possível avistá-las.
Para a maioria, era a primeira visão de Regência funcionando. Uma ótima primeira impressão! Sem muita demora, recebemos as instruções da direção e ação!
Tubos, tubos e mais tubos, era só isso que acontecia. O set (dentro e fora d'água) vibrava a cada onda bem surfada. Muleta só faltava chorar de tanta alegria enquanto a galera se divertia no parquinho dos capixabas.
Apenas um dia, com as condições certas, foi mais do que necessário pra galera produzir acima do esperado, o resultado foi tão bom, que a produção liberou quem quisesse ir para Vitória conhecer a cidade. Metade do grupo foi, e a outra ficou para ver Stanley, Thiaguinho, Tripa, e Kymerson voando nas ondas, que mesmo pequenas, não decepcionavam.
'Foi na sexta feira, eu já estava uma 'pilha', preocupado com as condições do mar, essenciais para produção das imagens e para manter a vibe desses caras, quando fui contar meu drama para o Ian (Cosenza). Rindo, ele me tranqüilizou dizendo que só precisaríamos de um dia para cumprir a missão e que esse dia seria amanha (sábado).
Acho que eu só estava apreensivo por que não conhecia de perto o potencial dessa galera. No cinema, agente faz e refaz quantas vezes for preciso até a cena ficar boa, mas no surf não tem isso, as ondas são como chances únicas, que não podem ser desperdiçadas. Dito e feito, no sábado, em poucas horas, o trabalho estava feito!!! Da areia, eu vibrava com as ondas dos muleks, e na pousada delirei quando as imagens foram capturadas. Sem palavras para agradecer essa galera, vocês foram demais", conta José Augusto Muleta.
Malas 'feitas' e prontas, a galera volta para casa com o dever cumprido e a certeza de um retorno próximo, afim e explorar mais um pouco a tubolândia dos vizinhos."
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